Metrópole
Urbes congestionadas
Motoristas estressados
Pensamentos eclipsados de dor:
este sou eu
O conjunto destas alucinações que me rodeiam.
Quando saio de casa mais cedo
enfrento as mazelas da multidão
escoradas por veículos envenenados
cujos mártires na direção
nada mais são
do que o espelho de minhas próprias atitudes
Buzinas
Urros incompreensíveis
Prostituição nas calçadas
A música que reverbera dos quiosques
Este é o som da metrópole
que mais parece um galope
do que uma canção
E no meio de toda esta gente
cansada de sofrer,
de temer,
de correr,
do tumulto que as ruas guardam
do rugido que os transeuntes exaltam
sobrevive o cidadão intimidado
O que será do amanhã,
se nada vejo no ontem e
se não me lembro do que passou
Porca memória
que me foge aos dedos
sem nem ao menos avisar
sequer alertar
para aquilo que sou:
um mísero mortal
preso a metrópole.
Culpado?
Inocente?
Ambos?
Não sei mais o que faço de minha vida
Não sei o que sobra de racional pra contar
O que me resta
é este único desatino chamado sobrevivência
que me empurra pra frente
e me faz encarar as ruas,
as vielas,
os becos,
enfim,
o que a pólis me der
2 comentários:
Oi Roberto!
Parabéns pelo novo blog!
Eu também escrevo poesia, inclusive vamos lançar um fanzine na minha facul e sou uma das editoras...Vc estuda o que?Eu faço Letras...Adoro meu curso...
Alguns dos meus textos estão disponiveis no link abaixo:
http://recantodasletras.uol.com.br/autores/cimol
Beijos e boa semana!
Roberto, muito bom! Retrato fiel da amargura dos grandes centros. Consegui fugir disso e foi minha redenção.
Abraços
Tista
Postar um comentário